
No dia 23 de março de 2024, o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo recebeu o lançamento do livro “Entrecartas: Ensaiando Escritas”, uma produção do Grupo de Pesquisa Preformatividades e Pedagogias (UNESP-CNPq). O evento, que reuniu pesquisadores, artistas e o público em geral, transformou-se em um espaço de diálogo, criação e afeto, celebrando a escrita como espaço de conexão e transformação.
O livro, organizado pelo grupo, reúne cartas escritas por 20 autores(as), endereçadas a filósofos(as), poetas, pensadores(as), ativistas e outros humanos. As autora e os autores dessas cartas foram: Carminda Mendes André, Márcia Fusaro, Karyne Dias Coutinho, Ana Maria Haddad Baptista, Caio Franzolin, Daniele Santana, Rodrigo Abreu, Sílvio Gallo, Fernanda de Andrade Santos, Daniel Rodrigo Viana, Gustavo Henrique Lima Ferreira, Osvaldo Pinheiro, Eduardo da Silva Oliveira, Luiza Helena da Silva Christov, Fernando Bueno Catelan, Cristian Reichert, Élder Sereni Ildefonso, Eneila Almeida dos Santos, Cida Almeida, e Casé Angatu. A obra é uma experiência poética no sentido mais amplo da palavra, convidando o leitor a mergulhos sensíveis, profundos e criativos.
Como destacado na apresentação do livro, a troca de cartas de teor afetivo e intelectual tem se manifestado ao longo da história, tecendo diálogos entre literatura, filosofia, artes e educação. Ainda que vivamos em um século marcado por novas tecnologias e comunicação instantânea, as cartas permanecem como um gênero fascinante e sedutor. Citando Deleuze e Guattari, “as cartas são um rizoma, uma rede, uma teia de aranha”, e essa obra comprova a força desse formato atemporal.
O evento contou com as falas inspiradoras de palestrantes pesquisadores e artistas. Daniel Viana, mestrando em Arte-Educação pela UNESP, poeta e ator, trouxe reflexões sobre literatura e cidade, enquanto Carminda Mendes André, doutora em Educação e líder do Grupo de Pesquisa Preformatividades e Pedagogias, abordou as intersecções entre pedagogia e performance. Já Karyne Dias Coutinho, doutora em Educação e líder do Coletivo de Estudos Poéticas do Aprender, explorou as dimensões poéticas do aprendizado.
Um dos momentos mais emocionantes foi a participação de Casé Angatu, indígena Tupinambá, pós-doutor em Psicologia e professor na Universidade Estadual de Santa Cruz. Sua fala trouxe uma perspectiva decolonial, enfatizando a importância das narrativas indígenas e sua relação com a educação e a arte.
Além das falas, as autoras e os autores presentes compartilharam a experiência das escritas de suas cartas, proporcionando ao público uma imersão nas narrativas que exploram temas como pedagogia, arte, performance e afetos. O evento também contou com uma ação performática interativa, que envolveu a plateia em um exercício coletivo, estimulando a criação de escrita de cartas e a troca de experiências.
O lançamento foi um um marco para o Grupo de Pesquisa, marcado por momentos de profunda reflexão e celebração da escrita como ato político, artístico e pedagógico. Para quem não pôde comparecer, o livro já está disponível para aquisição, e é uma leitura indispensável para quem se interessa por arte, educação e performance.